A proposta da sustentabilidade é crescente no automobilismo e a necessidade de atualização cresceu nas categorias brasileiras. A Stock Car é pioneira no assunto e já tem diversas ações na área.
Foto: Gabrielle Tiepolo da Luz
Desde a publicação do NetZero 30 pela Fórmula 1 em 2019, a busca por tornar o automobilismo um lugar mais sustentável rompeu os limites das categorias internacionais e chegou ao Brasil fazendo com que as categorias nacionais pensassem em uma forma de encaixar o automobilismo brasileiro na proposta. Para a temporada de 2023, a Stock Car, maior categoria do automobilismo nacional, se juntou novamente à Lwart, maior re-refinadora de óleo lubrificante usado do país, e a Orma Carbon, empresa responsável pela compensação de carbono, com o objetivo de se adequar às normas de ESG.
A proposta de refinar vem para que o óleo utilizado nas etapas seja devolvido ao mercado como óleo básico de alta performance. Segundo a AMBIOLUC, entidade que representa o setor de coleta e gestão do óleo usado, um único litro de óleo lubrificante usado é capaz de contaminar 1 milhão de litros de água ou para cada 10 litros queimados são gerados 20 gramas de metais pesados, segundo dados da Cetesb. Com isso, a importância desse processo pro meio ambiente é grande,especialmente dentro de uma categoria de alto rendimento. "A sustentabilidade é um dos assuntos mais importantes que temos em pauta na sociedade e é vital para a Stock Car ter uma parceira especializada como a Lwart responsável pelo rerrefino do óleo que utilizamos em nossas corrida" disse Fernando Julianelli, CEO da Vicar, organizadora da Stock Car durante o lançamento do projeto.
Outra medida que a categoria vem adotando é a compensação de carbono e, além da equiparação de carbono da própria categoria, a Orma Carbon, empresa responsável pela gestão climática da Stock Car, disponibiliza um site para que usuários de veículos utilitários também possam consultar e compensar por conta própria.
Além das medidas que a categoria toma, equipes e montadoras também realizam ações para minimizar os impactos ambientais. A Toyota Gazoo Racing é responsável por grande parte dos carros presentes no grid e vem tomando iniciativas para melhorar a adesão das recomendações de ESG. Vivi Mansi, Diretora de políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança da montadora, explica que o pensamento sobre a sustentabilidade é algo que precisa estar constantemente no pensamento das pessoas. Vivi completa também que as medidas tomadas precisam ser bem planejadas para obter os melhores resultados. "Uma questão importante é como eu crio esses ambientes. Será que eu to usando materiais de qualidade? Será que as empresas que eu estou contratando estão pagando um salário digno? Será que os materiais que eu estou usando podem ser menos descartáveis para gerar menos impactos? Tem coisas que são mais simples, tem coisas que são mais complexas, mas a gente tem muita possibilidade de ação, o importante é começar" explica a diretora.
A compensação de carbono também é aderida pelas equipes, a chefe da Hot Car Competições, Babi Rodrigues, que, além de compensar pela equipe, tem um projeto pessoal em parceria com a Copaíba para compensação de carbono e busca nas atividades focadas no automobilismo o descarte correto de materiais e medidas de reciclagem. "Antes de mais nada a gente tem que se preocupar com a casa que a gente vive", expõe a chefe de equipe.
Outro questionamento que surge no meio automobilístico quando o tópico de sustentabilidade é a possibilidade de introduzir os motores elétricos nas categorias, com isso Babi explica que acredita que essa medida é possível, mas ainda há muito caminho para percorrer. "Eu acho que esse é o movimento atual do mercado e no futuro é uma possibilidade. Não sei se 100% elétrico de primeira, mas os híbridos já são uma boa opção para começar", completa. Até o momento nenhuma categoria do automobilismo brasileiro utiliza motores elétricos, porém mundialmente essa proposta vem sendo adotada e obtendo sucesso, como na Fórmula E, Moto E, com motores totalmente elétricos, e na Fórmula 1 com motores híbridos.
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